Press ESC to close

Active directory e a proatividade na gestão de TI

Se você trabalha em TI provavelmente já ouviu falar do Active Directory (AD). Mas você sabe por que ele é tão essencial para empresas de todos os tamanhos?

O Active Directory é o pilar da gestão de identidade e controle de acessos na maioria das organizações. Ele permite que administradores centralizem o gerenciamento de usuários, dispositivos e permissões, garantindo segurança e eficiência operacional. 

Sem um diretório estruturado, a TI se torna um verdadeiro caos: funcionários acessam arquivos indevidos, permissões são concedidas sem critério e ameaças cibernéticas encontram brechas para explorar.

E aqui vai um dado impactante: Mais de 90% das empresas da Fortune 500 utilizam o Active Directory para gerenciar suas redes. Isso acontece porque, sem um controle robusto, as vulnerabilidades e falhas operacionais podem gerar prejuízos gigantescos.

Mas do que se trata o Active Directory? Neste artigo vamos explorar o que ele é, como funciona e como utilizá-lo para fortalecer a segurança e eficiência da sua empresa.

Se você deseja garantir que a sua rede esteja otimizada e protegida, este guia é para você! Vamos lá?

O que é o active directory?

O Active Directory é um serviço da Microsoft para gerenciamento e organização de usuários, dispositivos e permissões dentro de uma rede corporativa. Ele é essencial para empresas que precisam de controle centralizado e segurança avançada. Ele oferece:

  • Sistema de diretório da Microsoft que organiza e gerencia usuários, dispositivos e permissões em uma rede.
  • Autenticação centralizada, garantindo que apenas usuários autorizados acessem recursos críticos.
  • Automação de permissões e políticas, reduzindo falhas humanas e riscos de segurança.
  • Base para serviços essenciais de TI, como DNS, LDAP e Kerberos, otimizando a comunicação entre servidores.
  • Facilidade de escalabilidade, permitindo gerenciamento eficiente de redes em empresas de todos os portes.

Como o active directory funciona?

Eis principais componentes e processos do AD:

Estrutura hierárquica

O AD é organizado em diferentes níveis hierárquicos, permitindo um gerenciamento escalável e seguro. Essa estrutura é composta por:

  • Domínios – Agrupam usuários, dispositivos e políticas de segurança sob uma mesma administração. Exemplo: empresa.local

  • Árvores – Conjunto de domínios conectados sob um namespace contínuo. Exemplo: rh.empresa.local e ti.empresa.local pertencem à mesma árvore.

  •  Florestas – Conjunto de árvores que compartilham uma configuração de segurança comum, mas podem ter políticas separadas.

Exemplo prático: Uma empresa com escritórios em diferentes países pode ter um domínio para cada região (us.empresa.com, br.empresa.com), todos conectados dentro da mesma floresta para gerenciamento unificado.

 Protocolos utilizados 

O AD funciona através de três principais protocolos que garantem segurança e comunicação eficaz:

  • LDAP (Lightweight Directory Access Protocol) – Protocolo que permite buscas e autenticação em diretórios, possibilitando que sistemas consultem e validem credenciais.
     
  • DNS (Domain Name System) – Essencial para localizar servidores dentro da rede, garantindo que os serviços se comuniquem corretamente.
     
  • Kerberos – Protocolo de autenticação que protege credenciais de usuários, garantindo acesso seguro sem necessidade de enviar senhas diretamente pela rede.

Diferencial técnico: O protocolo Kerberos usa um sistema de “tickets” para autenticar usuários. Quando alguém tenta acessar um recurso na rede, o AD verifica suas credenciais e concede um “ticket” temporário para evitar que a senha seja exposta repetidamente.

Como Ocorrem Autenticação e Autorização no AD?

O processo de autenticação e autorização no AD ocorre em três etapas principais:

  • Login do usuário: O usuário digita seu nome e senha em um computador dentro da rede. O pedido de autenticação é enviado para o AD.
     
  • Validação pelo kerberos: O AD verifica as credenciais no banco de dados e, se estiverem corretas, emite um Ticket Granting Ticket (TGT) para evitar múltiplas requisições de senha.
     
  • Autorização de acesso: Quando o usuário tenta acessar um recurso (como um arquivo ou sistema interno), o AD verifica suas permissões antes de conceder o acesso.

 Exemplo prático com logs:

Usuário: João (Administrador)
Recurso: Servidor de Arquivos
Log de Autenticação:

[2025-03-18 08:12:45] Solicitação de autenticação recebida para usuário “João”

[2025-03-18 08:12:46] Ticket de autenticação emitido via Kerberos

[2025-03-18 08:12:50] Acesso concedido ao servidor de arquivos //fileserver.empresa.local

Isso significa que João conseguiu acessar o servidor sem precisar digitar a senha novamente, graças ao sistema de tickets do AD.

Cenário real: Gerenciando acessos 

Imagine uma empresa de tecnologia com 500 funcionários e diferentes níveis de acesso. O setor de TI precisa garantir que:

  •  Desenvolvedores acessem os servidores, mas não as finanças.
     
  • O time de RH veja dados de funcionários, mas não informações de clientes.

  • Gerentes tenham permissões específicas sem comprometer a segurança.

 Solução com AD: Criar grupos de segurança (como Dev_Team, Finance_Team, HR_Team) e definir permissões para cada grupo. Assim, quando um novo funcionário entra, basta adicioná-lo ao grupo certo, evitando configurações manuais demoradas.

Benefícios do active directory 

Segurança reforçada: Controle de acessos e logs detalhados

O AD permite a implementação de políticas de acesso centralizadas, garantindo que cada usuário tenha apenas as permissões necessárias para realizar seu trabalho. Além disso, todos os eventos de login e tentativas de acesso são registrados em logs detalhados, o que facilita auditorias de segurança e a detecção de atividades suspeitas.

Exemplo prático:
Uma empresa de tecnologia detectou tentativas de login fora do horário comercial. Ao revisar os logs do AD, a equipe de segurança identificou um ataque de força bruta e bloqueou os IPs suspeitos antes que qualquer dado fosse comprometido.

Automação de tarefas repetitivas: Criação e remoção de usuários automaticamente

A administração de contas de usuários pode consumir tempo e ser propensa a erros. O AD permite a automação de processos como:

  • Criação automática de contas quando um novo colaborador ingressa na empresa.
     
  • Desativação imediata de contas de ex-funcionários, evitando acessos não autorizados.
     
  • Sincronização com sistemas de RH para atualização automática de permissões.

Exemplo prático:
Em uma multinacional com 5.000 funcionários, a automação do AD reduziu em 70% o tempo gasto na administração de usuários, eliminando falhas humanas no provisionamento de contas.

Redução de falhas humanas: Aplicação de políticas centralizadas

A configuração de Políticas de Grupo (GPOs) no Active Directory garante que todos os dispositivos sigam padrões de segurança e conformidade. Isso reduz a necessidade de intervenção manual e padroniza configurações como:

  • Bloqueio de dispositivos USB para evitar vazamento de dados.
  • Definição de complexidade de senhas e expiração periódica.
  • Aplicação automática de atualizações de segurança.

Exemplo prático:
Uma empresa de serviços financeiros reduziu em 80% os incidentes de segurança após a implementação de GPOs que restringiam a instalação de softwares não autorizados.

Melhor controle sobre permissões: Evita acessos indevidos e vazamento de dados

No AD, é possível gerenciar grupos de segurança, garantindo que apenas usuários autorizados acessem arquivos sensíveis. Isso evita que dados críticos caiam nas mãos erradas e melhora a governança da informação.

Exemplo prático:
Após a implementação de controle de acessos no AD, uma empresa de e-commerce evitou um vazamento de dados financeiros ao restringir permissões de leitura e gravação em pastas críticas.

Como configurar o active directory

Se você precisa implantar um Active Directory do zero ou deseja reforçar a segurança da sua infraestrutura, siga este passo a passo detalhado:

  • Certifique-se de requisitos mínimos de hardware e software

  • Sistema operacional: Windows Server 2016, 2019 ou 2022.
  • Memória RAM: Mínimo de 4GB (recomendado 8GB+ para grandes redes).
  • Armazenamento: Pelo menos 100GB disponíveis.
  • Rede: Configuração de IP estático e DNS configurado.

  • Como instalar o AD no Windows Server

  1. Abra o Gerenciador do Servidor.
  2. Clique em Adicionar funções e recursos.
  3. Selecione Active Directory Domain Services (AD DS) e prossiga com a instalação.
  4. Após a instalação, promova o servidor a Controlador de Domínio.

 3. Como criar domínios e Organizational Units (OUs)

  • No console do Active Directory Users and Computers, clique com o botão direito no domínio e escolha Nova Unidade Organizacional (OU).
  • Crie OUs para departamentos específicos (TI, RH, Financeiro) para organizar os usuários de forma eficiente.

4. Configuração de Políticas de Grupo (GPOs)

  • No console Group Policy Management, crie uma nova GPO.

Defina políticas como:

  • Bloqueio de execução de arquivos .exe não autorizados.
  •  Habilitação de autenticação multifator (MFA).
  •  Configuração de senhas fortes e expiração periódica.

5.  Melhorias de segurança: Práticas recomendadas

  • Configuração de DNS segura para evitar ataques de envenenamento de cache.
  • Habilitação do Kerberos para autenticação segura.
  • Monitoramento de logs via PowerShell.

Principais desafios

Mesmo com uma implementação bem-sucedida do Active Directory, alguns desafios podem comprometer a eficiência da sua rede. Veja os principais problemas e como resolvê-los:

Riscos de segurança: Como evitar ataques de credenciais comprometidas

Solução: Implementação de autenticação multifator (MFA) para proteger contas privilegiadas.

Ferramenta recomendada: Microsoft Entra ID (antigo Azure AD).

Gestão de múltiplos domínios: Estratégias para redes grandes

Problema: Empresas com diversas filiais precisam gerenciar domínios distintos sem perder o controle da rede.

Solução: Implementação de uma floresta do AD, permitindo integração entre diferentes domínios sem comprometer a segurança.

Manutenção e monitoramento: Ferramentas para auditoria do AD

Problema: Falta de visibilidade sobre quem acessa o quê dentro do AD.

Solução: Uso de ferramentas especializadas, como:

  • Lepide Active Directory Auditor – Relatórios detalhados de acessos.
  • ManageEngine ADAudit Plus – Detecção de atividades suspeitas em tempo real.
  • Microsoft Defender for Identity – Análise de comportamento para detectar ataques.

Dica da Geek: Configurar backups automáticos do AD para evitar perda de dados críticos. Com o Windows Server Backup, é possível restaurar objetos do AD caso sejam excluídos acidentalmente.

Conclusão

Neste artigo mais técnico sobre o Active Directory, vimos como ele é muito mais que um simples diretório de usuários. É, na verdade, uma ferramenta essencial para garantir segurança, automação e controle dentro das empresas ao minimizar falhas humanas e proteger dados sensíveis

Seus benefícios incluem segurança reforçada, automação de tarefas e melhor controle sobre permissões e para evitar ataques cibernéticos, gerenciar múltiplos domínios e monitorar acessos é preciso entender seus desafios, mas implementar acima de tudo, soluções inteligentes.

Agora, perguntamos a você, nosso leitor: A sua empresa já ouviu falar em Active Directory? Até a próxima!