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Como funciona blockchain?

Rede de dados blockchain

Como funciona blockchain? Se você é da área de TI, com certeza já ouviu falar em blockchain. Mas a questão é: você realmente sabe como funciona uma das tecnologias de segurança da informação mais revolucionárias do século?

A fama por trás de blockchain se deve muito aos bitcoins, a criptomoeda mais famosa do mundo, que nasceu por meio da tecnologia. A popularização da criptomoeda acabou trazendo a tecnologia blockchain junto.

Só em 2018, estima-se que o investimento na tecnologia tenha sido de $ 1.000.000,00 o equivalente a quase R$ 4.000.000,00.

Não à toa, o mercado financeiro já está com grandes olhos em cima do blockchain. A previsão é de que até 2020 a grande maioria das transações financeiras ocorram por operações criptográficas, ou pelo menos utilizando conceitos. 

Mas, calma lá: apesar de ser o exemplo mais aplicado hoje, o blockchain não serve só para assegurar transações financeiras. Seu uso é amplo, seu método é comprovado e a oportunidade para o mercado de TI é imenso.

Vamos estudar blockchain em 2019? 😬

O que é Blockchain mesmo?

blocos de aço conectados

Bitcoin, Monero, Litecoin e Ethereum. Algum desses nomes você já ouviu, correto? Como falamos, de fato, blockchain já foi muito ligado a criptomoedas, já que nasceu junto com o bitcoin.

Mas como podemos definir blockchain?

Podemos dizer que blockchain é uma arquitetura de banco de dados. Usualmente, essa arquitetura cria uma rede de negócios, onde as transações ocorrem com segurança e os “membros” da rede e transferem seus ativos entre si.

Chama-se blockchain porque blocos de dados, formados por hashs, dependem do bloco anterior para gerar o próximo e assim por diante. É uma cadeia de blocos conectados, onde o posterior depende do anterior.

Os registros são armazenados em um ledgerou livro-razão* – comum distribuído. Cada transação, se validada, gera uma transaction ID e começa a fazer parte do ledger. A validação é a parte mais importante do blockchain, já que cada bloco depende do anterior.

Cada participante possui uma cópia desse legder. Aqui você pode imaginar uma grande planilha do sheets, compartilhada entre várias pessoas.

*Termo comum em contabilidade, usado para designar um compilado de operações financeiras e contábeis.

O que é um hash, afinal?

conjunto de transações simbolizando hashs

Se quiser saber como funciona blockchain, precisará saber o conceito de hash. E hash é multiconceitual.

Podemos caracterizar hash como uma operação matemática, mas também como uma impressão digital. Cada frase ou palavra de uma transferência, por mais similar que seja, gerará um hash totalmente diferente. Transferir um centavo a mais pode mudar tudo.

Um hash é também um registro. Você compreende que cada transferência possui um conteúdo, certo? Cada bloco é um conjunto de conteúdos, ou seja, de transações de todas as ordens. E cada bloco tem o seu hash, sua validação digital. 

Explicando Blockchain

sistema blockchain imagem original geekhunter

Como funciona blockchain, afinal? Imagine uma grande teia de dados, formada por blocos, que são encadeados e dependem do bloco anterior para gerar sua própria impressão digital.

Para ficar mais visual, observe imagem acima.  

Por conta da hiper segurança, o blockchain acaba dispensando intermediários, como bancos e outras instituições financeiras. Não há limitações de valores na transferência e também não há custos para realizar a transação.

Apesar de cada participante da rede de negócios possuir uma cópia do nosso ledger, as transações são anônimas. 

Em ciclos de 10 minutos, várias transações são validadas, formando os blocos de dados. Esse bloco de dados está ligado ao bloco de dados gerado 10 minutos antes e assim por diante. 

E cada bloco de dados pode conter várias transações.

Em resumo: O bloco 2 precisa do bloco 1 para gerar o seu próprio hash. É justamente esse sistema que dificulta invasões e fraudes.

Por isso é comum ouvir que as transações realizadas há mais tempo são mais seguras. Tentar adulterar uma transação de 1 ano seria impossível, já que milhões de hash seguintes já foram geradas a partir dela.

Como funciona blockchain, então?

conexão entre blocos de dados

A operação criptográfica

Cada transação que é feita precisa de validação. Como as redes de blockchain funcionam com processamento distribuído – isto é, utilizando várias máquinas, ao invés de centralizar os dados – que formam um nó de acompanhamento das transações, as validações são feitas por meio de cálculos matemáticos complexos, pelos miners.

Exemplo prático: a pessoa X quer pagar algo em bitcoins para a pessoa Y. A pessoa x possui uma chave privada, que é equivalente à sua chave de segurança do cartão de crédito.

É com a chave privada que X irá criar um novo endereço, a cada nova transação (o que é recomendado, mas nem todo mundo faz). X então irá pedir para Y um endereço, que ele gerará com sua chave privada também.

Eu poderia tentar transferir bitcoins para mim mesma, utilizando endereços falsos? Sim. Então essa é a razão de existência dos miners

Quando valida uma transação, o miner fornece sua impressão digital, que equivale a uma validação digital, dando origem ao transaction id.

Blockchain: os conceitos bases

Ledger distribuído

Já falamos sobre o Ledger, certo? Trata-se de uma compilação de registros e transferências. No conceito blockchain, todos podem ver e ter o ledger, mas ninguém sabe a origem nem o destino das transações, porque informações sigilosas podem e devem ser ocultadas. No caso dos bitcoins, as transações costumam ser públicas.

Consenso

O sistema de transparência permite que todas as transferências sejam acompanhadas, mas não alteradas. Sem fraude!

Smart Contract

O Smart Contract – ou Contrato Inteligente – nada mais é do que um protocolo digital, que firma acordos entre usuários de uma rede de negócios. Ao contrário de um contrato sancionado por lei, o Smart Contract usa o código criptográfico. E sim, tudo isso é fiscalizado pelos miners e pela comunidade.  

Blockchain: como usar?

Criptomoedas

Esse é o uso mais conhecido, até porque blockchain popularizou-se por meio dos bitcoins. O blockchain é uma tecnologia essencialmente financeira e também é utilizada em outras criptomoedas, como Monero, Litecoin e Ethereum.

Mercado de Direito e Imobiliário

O mercado de direito também é beneficiário do blockchain. Isso porque permite validar qualquer tipo de transferência, incluindo documentos digitais.

Como exemplos, podemos citar contratos de vários níveis: de imóveis, contratos empresariais, de prestação de serviço, entre vários outros.

Em resumo, todos aqueles que carecem de sigilo!  

Cadeia de suprimentos

Fazer inventários e cuidar de toda a gestão de uma cadeia de suprimentos é custoso. Além disso, um pequeno erro pode gerar um grande prejuízo. A promessa de estudiosos da área, é de que, por meio da tokenização, será possível rastrear uma carga única.

A tokenização também pode diminuir as fraudes no comércio de antiguidade.

Bancos

Os bancos são os principais “prejudicados” pela ascensão blockchain. Isso porque essas instituições funcionam como mediadores das transações financeiras e o blockchain dispensa intermediários.

O blockchain faz o que o banco faz sem custos para transferir e, claro, com uma segurança maior se estivermos falando de escala. Grandes bancos e empresas financeiras, como Visa e American Express, já estão adaptando conceitos de blockchains em suas tecnologias.

Democracia direta e urna eletrônica

Já existe um debate sobre o uso de blockchain para sancionar petições criadas pelo povo. No Brasil, desde 1988, temos a possibilidade de reivindicar e assegurar direitos por meio de documentos assinados por 1% do país.

Até hoje, não conseguimos aprovar uma única petição no congresso, não por negação, mas pela dificuldade tremenda de validar tantas assinaturas.

A tecnologia blockchain funcionaria perfeitamente como mecanismo validador de assinaturas, fazendo valer a vontade do povo. Além disso, o blockchain também pode ser utilizado para validar o sistema de votação eletrônico, que ainda é inseguro e acusado de muitas falhas.

Quem sabe em um futuro próximo 🙂

Conclusão: aprender blockchain é valioso?

Aprender blockchain é uma grande oportunidade para desenvolvedores em 2019. O Brasil ainda é bem carente de profissionais com conhecimentos em blockchain e, a partir do ano que vem, o mercado estará ainda mais fértil.

Em um mundo onde dados são mais valiosos do que petróleo, protegê-los e validá-los é, muitas vezes, ainda mais essencial do que gerá-los.

E aí, que tal aprender blockchain em 2019? 🙂

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