A área de tecnologia e desenvolvimento de sistemas proporciona inúmeras oportunidades. Um movimento crescente que vem sendo intensificado na área é a contratação de profissionais para atuação remotamente. A necessidade de captar bons profissionais aliada à crescente demanda, faz com que as empresas rompam barreiras para as contratações, surgindo opções para trabalhar remotamente.
Como tudo na vida, esses novos modelos tem seus prós e contras. Vamos elencar alguns desses modelos para trabalhar remotamente e seus aspectos, analisando cada lado da moeda. Entenda as possibilidades e tome a decisão do que melhor funciona na sua carreira e na sua vida!
Modelo 1: Trabalhar remotamente por conta própria em empresa do exterior
Nesse modelo, a empresa (que precisa de bons profissionais) contrata profissionais em nível global para atuar em seus projetos. Nesse tipo de de alocação, as empresas buscam essencialmente profissionais com expertise técnico para atender suas demandas com excelência.
PRÓ
Possibilidade de trabalhar de forma autônoma
O profissional é muitas vezes alocado para demandas e projetos independentes, ou seja, que podem ser desenvolvidos a parte e depois integrados ao todo do projeto. Dessa forma, é possível ao profissional tratar as atividades de maneira autônoma, respeitando é claro o compromisso das entregas acordadas. Por isso, o autogerenciamento é fundamental no profissional que decidir atuar nesse modelo.
Oportunidade de experimentar uma experiência internacional sem grandes mudanças
É um modelo simplificado e de baixo investimento pessoal. Ao invés de aplicar para uma vaga de trabalho no Brasil, o profissional aplica para uma vaga no exterior, é aprovado nos aspectos técnicos e nas exigências legais e já começa a trabalhar. O profissional pode trabalhar nesse modelo experimentando se existe química com a empresa e os colegas.
CONTRA
Adaptação cultural
Em função da distância e do isolamento, o profissional pode encontrar dificuldades de assimilar a cultura – tanto do país quanto da própria empresa. Assim, o profissional além das suas capacidades técnicas necessita se inserir na vibe da empresa.
Evolução no plano de carreira
O fato do profissional atuar de forma autônoma e isolada pode ser uma explicação para a dificuldade de evoluir no plano de carreira, em comparação com um profissional inserido no contexto da empresa.
Alocação por projeto
As alocações nesse modelo são geralmente delimitadas por demanda ou projeto, por tempo determinado. Isso é um ponto negativo ao profissional que deseja estabilidade por longo prazo.
Entendimento das demandas
É comum encontrar nesse modelo a dificuldade no entendimento das demandas. Isso pode ser explicado pela soma dos fatores. O isolamento de estar trabalhando fora do contexto da empresa, atuando muitas vezes em atividades sem o conhecimento do todo e somado a questões culturais, implica essa dificuldade.
Modelo 2: Trabalhar em multinacional no Brasil atendendo unidade de negócio da empresa no exterior
Trabalhar em uma empresa que tenha unidades de negócio fora do Brasil pode abrir as portas para uma carreira internacional. Sao muitas as empresas no Brasil que se encaixam nesse contexto e a demanda só cresce. A posição geográfica do Brasil, com um fuso horário atraente aos mercados dos EUA e Europa facilita às empresas esse modelo de alocação. Outro fator que colabora nesse sentido é a boa reputação que o profissional de desenvolvimento do Brasil tem no cenário global. Sim, somos muito bem vistos!
PRÓ
Conhecimento prévio da cultura da empresa
A premissa é que empresa tem difundida e alinhada sua cultura, missão e visão por todas as unidades de negócio. Partindo dessa linha de raciocínio, se você já está inserido nesse contexto, a questão da adaptação será muito mais tranquila.
Investigar como será a oportunidade
É mais fácil buscar informações estando dentro da empresa, mesmo que a nova oportunidade implique em mudança para o exterior da sua linha de gerência direta. Converse com maior número de pessoas que possam trazer recomendações e orientações. Envolva inclusive seu gerente imediato, pois ele precisa estar alinhado e de acordo, isso acaba sendo uma exigência das empresas no processo de recrutamento interno ou de solicitação de mudança para oportunidades internacionais.
Possibilidade de voltar a atender empresa no Brasil
Caso tudo dê errado, você ainda pode solicitar regressar aos projetos internos em nível Brasil. Assim, tenha sempre um bom relacionamento e mantenha as portas abertas!
CONTRA
Dificuldade de liberação para transferência
Em alguns casos os programas de mobilidade internacional não sao efetivamente cumpridos a risca como deveriam, gerando desgaste para o profissional e ineficiência para a empresa. Mesmo havendo vagas e candidatos aptos no programa de mobilidade internacional a alocação acaba não se concretizando. Apesar do incentivo e respaldo da empresa nesse sentido, outros interesses e necessidades regionais acabam prevalecendo.
Moedas e recompensa financeira
Questões salariais precisam ser equalizadas quando um profissional passa a ser alocado para atender demandas no exterior. Em que moeda será a remuneração e os benefícios sociais? As oscilações nas taxas de câmbio interferem na remuneração? Mudanças no câmbio entre as moedas podem ser restrição ou inviabilizar em algum momento o contrato? Essas são questões que precisam ser levadas em conta.
Adaptação ao fuso e jornada
Antes de fechar questão é preciso considerar qual o fuso horário de trabalho. Alinhar o horário da jornada de trabalho, considerando eventuais horas extras. Assim você vai poder planejar e conciliar outras atividades na sua rotina fora do trabalho.
Modelo 3: Trabalhar no Brasil em empresas que atendem projetos no exterior
Há no Brasil várias empresas que atuam com projetos no exterior. Como comentamos antes, essa demanda é crescente e está potencializada pela bom trabalho dos nossos profissionais. Good job guys!
Essas empresas oferecem várias oportunidades de trabalho atuando remotamente para o cliente no exterior.
PRÓ
Experiência internacional
Nesse modelo é possível atender projetos internacionais, agregando ao seu currículo experiência internacional. Muitas das empresas oferecem inclusive possibilidade de viagens e alocação temporária no exterior.
Respaldo da empresa
A vantagem desse modelo é que toda a burocracia e o risco sao de responsabilidade da empresa. Ela necessita que o projeto seja bem sucedido e vai cuidar para que todo o processo de alocação seja bem executado, incluindo escopos bem determinados e processos burocráticos resolvidos, como por exemplo um visto de trabalho temporário.
CONTRA
Tempo insuficiente
Como qualquer projeto, essas demandas com o cliente no exterior precisam ser bem planejadas. Só assim a alocação do time será positiva, independente se for uma alocação presencial ou remota.
Comunicação adequada
Empresas que atendem remotamente a projetos no exterior precisam ter um cuidado especial na comunicação – no alinhamento das demandas e no entendimento das necessidades do cliente. Fatores como o idioma e a ausência do body language precisam ser trabalhadas de forma constante e eficaz. Reuniões de review conforme o Scrum (ou Show Case) precisam ser incentivadas, fazendo com que os feedbacks do cliente sejam disseminados por toda equipe envolvida.
Trabalhar em projetos de desenvolvimento tem grandes desafios. Trabalhar remotamente pode ter em alguns casos desafio em dobro. A área de tecnologia é cada vez mais responsável por gerar inovação nos negócios e tem papel estratégico, sendo considerada missão crítica dentro das empresas. O profissional dessa área precisa criar e recriar soluções sempre otimizadas, performáticas e de alto impacto – está no nosso DNA. Atender a cada dia as expectativas do negócio e dos stakeholders é nossa responsabilidade. Lembrando o Homem Aranha: “Com um grande poder, vem uma grande responsabilidade”.
Mãos à obra! Faça uma reflexão sobre qual modelo está mais alinhado com o seu perfil e com as suas expectativas.
Se você trabalha ou pretende trabalhar remotamente, compartilhe conosco suas experiências – seus prós e contras.