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Carreira de TI: como se destacar na multidão?

multidão de pessoas orientais

Na minha experiência como Scrum Master, não vejo uma fórmula, mas sim, alguns “ingredientes” para uma carreira de TI de sucesso.

O mercado tech mudou e muito. Se no passado algumas habilidades eram dispensáveis, na sua fase atual vemos a comunicação interpessoal sendo valorizada, assim como a skill de inteligência emocional, que muitas vezes era nata, mas nunca foi um requisito.  

A valorização de habilidades assim, em especial no mercado tech, é só mais uma evidência da avalanche de mudanças.

Enfim, para evoluir em uma carreira de TI, existe um conjunto de fatores que devem ser explorados, porém, hoje, vamos focar em uma competência que gosto muito de comentar, que é o conhecimento técnico.

O que definia o conhecimento técnico de um profissional no passado, não é a mesma coisa que define o conhecimento técnico desse mesmo profissional, hoje.

Vamos entender.

O que quer dizer ‘senioridade’?

Particularmente não gosto  de considerar apenas tempo de experiência na área como fator de senioridade.

Vamos imaginar que temos 2 casos, onde os dois desenvolvedores trabalham em software para e-commerce. O primeiro caso é do Alex que possui 5 anos de experiência e o segundo caso é Alfredo com 10 anos de experiência.

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Alfredo nunca tira tempo para estudar, 95% do tempo faz o que fazia desde o seu primeiro ano de experiência.

Alex, por outro lado, vai a meetups, acompanha grandes nomes no twitter, faz cursos presenciais/online, lê livros e costuma praticar o conhecimento que adquire.

Qual dos dois é o mais sênior?

Aposto todas as minhas fichas que Alex é melhor preparado para adversidades. Isso porque senioridade não deve ser sobre tempo e, sim, sobre adaptação.

O Alex, com certeza, possui insights mais engenhosos e de melhor qualidade do que Alfredo.

Enquanto Alfredo deve executar (infelizmente) a conhecida prática de repetir o primeiro ano de experiência nos anos seguintes – ou seja, repetir o primeiro ano 10 vezes!

Profissionais que não se atualizam costumam, no máximo, aprender o que a empresa exige para garantir o pão de cada dia. Esse não é o caminho correto para uma carreira de TI de sucesso.

Tempo de experiência x atualização

programador estudando

Tempo de experiência é super importante, sim. Mas será que é só isso que define senioridade? Em algumas empresas, sim, mas essa tendência já está mudando e mudará muito mais nos próximos anos.

O que isso quer dizer? Que você precisa se atualizar.  

É no decorrer do tempo de experiência que cria-se os calos da vida profissional e solidifica-se a teoria. Porém, o tempo de experiência, por si só, nada mais é do que uma métrica secundária.  

O profissional de TI precisa fazer com que o seu auto aperfeiçoamento ande lado a lado com o seu tempo de experiência.

Afinal, o que vai determinar o seu sucesso nem é entrar em uma empresa, mas sim, os projetos e o legado dentro dela. É a execução.

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Como avançar na carreira de TI?

Então, para querer avançar na carreira de TI, primeiramente precisamos fazer é descartar o mindset do Alfredo.

É preciso iniciar uma cadência de estudos. Definir um planejamento de estudos de uma tecnologia promissora, ou de uma habilidade que pode ajudar na sua carreira é o primeiro passo.

Pense: o que você quer estudar e por quê? 1 hora do dia, por exemplo, já faz uma diferença enorme.

Caso não consiga separar o tempo de maneira contínua devido aos compromissos, pode diluir esse tempo durante o dia para estudos mais rápidos que exigem menos esforço.

Como por exemplo, você pode ouvir um podcast de tecnologia durante a ida ao trabalho, ler tweets, acompanhar blogs ou algum agregador de blogs, ler um capítulo de um livro durante o intervalo do almoço.

Deixe os estudos que exigem um maior tempo de concentração, como sentar na frente do computador e aprender uma linguagem de programação nova, um novo editor de texto (Vim eu estou olhando para você!), ou a arquitetura de microserviços (que é altamente promissora!)

O ciclo de aprendizagem deve ser no máximo semanal. Caso escolha um ciclo mensal (deixar os dois últimos dias do mês para estudar por exemplos), ficará difícil conectar o que estudou nos meses passados.

Uncle bob – para quem não sabe, trata-se de um influencer da comunidade de desenvolvimento de software, métodos ágeis e software craftsmanship –  afirma que o profissional tem que tirar 20 horas da sua semana para estudo, para considerar-se um profissional.

Humildemente discordo dessa frase, não só porque não consigo fazer esse tempo (devo fazer entre 8 e 10 horas). Então novamente: não existe fórmula, existe contexto de vida, apesar dos caminhos serem as mesmas.

A pessoa precisa avaliar a sua situação e disponibilidade, costumamos ter tempo limitado durante o dia.

O que pode acontecer é o nosso tempo não estar otimizado, mas quem precisa fazer essa avaliação de horas de estudo é a pessoa, então não comece com um valor literal definido, pois isso pode contribuir para sua desistência.

E não é isso que queremos, né? Comece com calma 🙂

Outra dica: siga os tops!

podio com trófeus

“Legal! Já tenho um tempo planejado para estudos, por onde começar?” Caso não tenha twitter, recomendo criar uma conta. A partir de lá, você pode começar a seguir as pessoas feras da área, algumas pessoas que recomendo o follow:

Uncle Bob: @unclebobmartin

Apesar de sua forma de se expressar um pouco “mais ácida”, ele é um autor de livros que ajudou a popularizar o código limpo, simples e com boa legibilidade. Livros dele, que recomendo muito a leitura: “Clean Code”, “The Clean Coder” e “Clean Architecture”.

Martin Fowler: @martinfowler

CTO da Thoughtworks, uma empresa de consultoria amplamente consolidada no mundo inteiro. Além de estar na vanguarda da tecnologia, eles divulgam a cada 3 meses um documento chamado radar thoughtworks.

O documento fala de tecnologias, técnicas, conceitos muito interessantes.

Além disso, Martin é um exímio arquiteto de software. Em seu blog pessoal, Martin comenta sobre muitas buzzwords do momento e, lá, também é um ótimo local para aprender sobre novas coisas.

Martin também escreveu livros famosos como “Refactoring” e “Patterns of Enterprise Application Architecture”.

Kent Beck: @kentbeck

É apenas o criador do test driven development, extreme programming e uns dos programadores que assinaram a pedra fundamental, o famoso manifesto do desenvolvimento ágil em 2001.

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Ah, estude Inglês!

(por favor)

Ah, mas esses caras escrevem em Inglês e eu não sei ler nesse idioma”.

Então meu caro profissional de TI, preciso te dizer que inglês é a base de todo o conhecimento tecnológico.

Existe muito material em português, sim, porém você estará limitando o seu conhecimento às barreiras do idioma, além de ficar dependente de autores que escrevem em português, ou lendo livros de grandes autores internacionais de maneira traduzida (muitas vezes mal traduzida).

Leia livros

O grande bastião de conhecimento da nossa área são os livros.

Os livros têm uma importância fundamental na tecnologia, ou seja, é vital que você tenha hábito de ler livros, pois é ali que está a fonte de conhecimento esmiuçado pelo autor.

Muitos livros foram e ainda são quebras de paradigmas da área, então como obtenção de conhecimento recomendo fortemente que leia. E que leia muito!

Hoje em dia é possível comprar livros digitais para ler no Kindle ou iPad, que podem ser mais práticos para muita gente. Isso porque livros digitais não ocupam espaço na estante e também são mais baratos que livros físicos.

10 livros de programação que vão mudar sua carreira como desenvolvedor!

Meetups e conferências

Vá às reuniões organizadas pela comunidade local. É ali que você conseguirá sair da caverna de platão.

Quando “pegar” a rotina se deparará com alguns tipos de pensamento:

Wow, então é isso que a galera está desenvolvendo”.

É aqui que você sente as dores dos seus colegas de profissão “apanhando” para entregar um sistema utilizando DDD e microserviços e como seus obstáculos foram superados.

Ou como estão utilizando GraphQL.

Aqui é uma ótima oportunidade de conhecer pessoas, conferir os problemas e aprender com o erro dos outros, ter insights e ter o primeiro contato com tecnologias emergentes.

Contribua para software livre

Contribuir para o software livre costuma ser uma grande vitrine da área, além de expor para o mundo inteiro a qualidade de seu código que escreve.

É neste momento aqui em que novos conhecimentos pode ser explorados em um software real.

Tudo isso sem ter uma obrigação de entrega como acontece em um emprego com deadline.

Existe software livre de praticamente todas as áreas que a informática já explorou. Desde pequenas bibliotecas como utilitários de manipulação de string, até softwares complexos como um sistema operacional.

O grande repositório de projetos opensource, o GitHub, (que foi adquirido recentemente pela Microsoft), contém uma infinidade de projetos de inúmeras linguagem de programação. Escolha a que você quiser!

Use o GitHub como ferramenta colaborativa (é necessário conhecimento em Git).

Para aproveitar basta ir na página de um projeto que te atraia e ir até a aba “issues”, onde existem tickets abertos de novas funcionalides e bugs, basta escolher um e resolver.

Faça o Pull Request para o repositório e espere os mantenedores do projeto avaliarem. Caso sua contribuição seja aceita, fará parte do código principal.

E vói lá: você está dentro de uma comunidade que contempla desenvolvedores do mundo inteiro 🙂

Vale lembrar que muitas empresas somam pontos candidatos a vagas que já contribuíram ou contribuem para software livre.

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E os pilares da carreira de TI?

Estamos em uma área muito técnica, então conhecimento técnico é um dos principais pilares da carreira de TI e costuma ser o principal foco de desenvolvimento dos programadores.

Apesar disso, como falei bem no início, existem outras importantes habilidades como trabalho em equipe e comunicação, que merecem atenção e pode servir como destaque
na sua carreira profissional. Não se esqueça de aprimorá-las também, você vai precisar.

Bem, mas isso é assunto para um outro post 🙂

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