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Certificação: algo essencial ou capricho do mercado?

Sem dúvidas, um dos maiores dilemas na cabeça de um desenvolvedor ou profissional de TI tem nome: certificação. Por que ela é tão relevante? Como contribui para nosso crescimento profissional? Por que o número de empresas que a exigem só cresce? Calma, pessoal, a resposta de todas essas perguntas é facilmente resumida em conhecimento especializado.

Certificação: o que dizem sobre ela?

Desde o tempo em que eu comecei a dar os primeiros passos lá no Pascal, o cenário cresceu e muito. Hoje, há uma infinidade de novos padrões em hardware, linguagens de programação, ferramentas e frameworks na nossa pilha de estudos, e a gestão de projetos ganhou finalmente o merecido respeito.

Com tanta coisa a aprender ou implementar, conhecer uma tecnologia a fundo pode ser o diferencial pra você e a empresa que procura um profissional. Nas palavras de Célio Antunes, presidente do Grupo Educacional Impacta Tecnologia – especializado em cursos de TI -, a certificação é “uma credencial para o currículo. O mercado enxerga em um profissional credenciado a garantia de que ele domina certos conteúdos”.

Isso acontece porque, em um ambiente tão abrangente, dominar uma área de conhecimento é bem importante ao lidar com projetos, antigos ou novos, que utilizem a mesma. Um certificado não é um simples papel: é um reconhecimento e garantia de um grande órgão ou corporação de que você realmente é um especialista em certa tecnologia.

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Posso substituir a graduação por ela?

“Ah, mas se um certificado abre portas dessa forma, então uma faculdade é mesmo necessária?”, muitos podem se perguntar. De acordo com Augusto Foronda, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, tanto a certificação quanto uma pós-graduação “são boas opções para complementar a graduação e se especializar em uma determinada área”, porém concorda que nenhuma delas substitui o ensino superior.

Realizar um curso universitário ajuda imensamente na sua formação. Por ter um caráter generalista, estudar diversos tipos de assuntos relacionados à área permite pensar de uma forma abrangente e auxiliar em situações nas quais o plano inicial não saiu conforme o esperado. Diversas disciplinas fora do âmbito da programação auxiliam a expandir o pensamento na hora de programar e encontrar soluções ou ter novas ideias mais rápido, por exemplo.

Se você ainda tem dúvidas sobre entrar ou não em uma universidade, fica a dica do ótimo vídeo do canal Código Fonte TV sobre o assunto:

Vai me gerar novas oportunidades de emprego?

Um dos principais problemas em TI apontados em pesquisas como a realizada em 2016 pela página APinfo é de que não há mão de obra qualificada suficiente, porém muitas empresas exigem experiência, algo pouco animador em jovens que acabam de ingressar no mercado de trabalho.

Contudo, há uma tendência nas empresas de favorecerem currículos com mais titulações, especialmente quando os níveis deles são parecidos. O consultor Carlos Roberto Santos Almeida concorda com essa ideia. Segundo ele, “a certificação, como a formação acadêmica, é um protocolo que deve ser cumprido por todo profissional que procura crescimento, pois é cada vez mais comum a equipe de triagem preterir currículos [que não tenham o atestado]”.

Da mesma maneira, Foronda cita que “o ideal é tirar uma certificação básica para ingressar no mercado de trabalho e depois avançar nos níveis, se tornar especialista e buscar obter melhores colocações dentro da empresa, que com certeza existem”.

Então, vale seguir a dica, caso queira se destacar e garantir mais facilmente uma vaga

Vai me garantir um aumento ou promoção?

Agora, você garantiu um lugar e é bem requisitado pelo chefe. Contudo, é importante ter em mente que a certificação não te transforma em um superprofissional com diversas ofertas de emprego na sua porta, não sendo, assim, um item indispensável na vida de todos os profissionais da área.

Os motivos para isso são simples: experiência no mercado e seu comportamento na empresa ainda são fatores determinantes quando pretendemos conseguir uma promoção.

Além disso, a verdade é que pode ser bem complicado dominar uma linguagem ou metodologia, mas o mesmo não se aplica ao se preparar para um exame. É fácil de encontrarmos na internet assuntos frequentemente explorados, provas de anos anteriores comentadas e sites, como o Pass4Sure ou ExamCollection, que prometem tornar sua aprovação rápida e descomplicada. Tudo isso colabora com os argumentos de que ter um certificado não prova a real qualidade da pessoa.

Por outro lado, ainda que se especializar não seja importante pra você, o esforço e a proatividade em consegui-la podem valer o reconhecimento da empresa e, consequentemente, valer um aumento ou um cargo melhor. O lance é ficar sempre de olho nas oportunidades.

Ela é importante para minha área?

Outro dado bem interessante da APinfo corresponde à demanda de certificações nas principais áreas da tecnologia da informação: desenvolvimento, gerência e infraestrutura. Três das cinco mais frequentes estão na área de gestão, sendo a líder o modelo ITIL, com 31%, além do PMP e COBIT, em terceiro e quarto lugares, respectivamente.

Por sua vez, os desenvolvedores parecem não ter o foco voltado a isso. Além da Microsoft Certified Professional (MCP), que engloba todas as áreas de conhecimento da TI, a única que realmente evidencia sua relação com a programação é a Sun Certified Java Programmer, apenas na 10ª colocação. Podemos sugerir, então, que as áreas de maior procura (ou, ao menos, de profissionais mais motivados a fazer um exame do tipo) são gestão, infra e, por fim, desenvolvimento.

Esse ranking também entra em acordo com nossa lista de certificações em TI mais requisitadas no Brasil, em que a grande maioria delas corresponde às duas primeiras áreas.

Uma das razões dessa baixa procura por parte dos programadores está na visão de que se especializar é limitante, ou seja, prende os profissionais a uma única linguagem. Mas, isso é ruim? Não necessariamente. Empresas que dependem de um conhecimento específico vivem em busca de pessoas com esse perfil (inclusive, mão de obra qualificada sempre foi uma reclamação). Mesmo assim, as organizações normalmente estão mais preocupadas com o produto final e menos com a linguagem em que será implementada, o que favorece esse pensamento.

Outro motivo é que, como já falamos, as tecnologias evoluem muito rápido e frequentemente. Graças a isso, muita gente acha uma perda de tempo e dinheiro pegar um certificado que vai ficar datado em dois ou quatro anos.

Vai me ajudar ou nem tanto?

Não resta dúvidas que uma certificação é capaz de dar um up em nosso currículo, especialmente quando vamos entrar no mercado. Porém, ter o papel não necessariamente significa o seu crescimento, pois ele não substitui a tão exigida experiência, um comportamento profissional ou uma boa graduação.

Mas será que agora é o melhor momento de fazer a prova ou nem há motivos para fazê-la? É melhor esperar um novo desafio ou aproveitar o ânimo e ir com tudo? Nessa hora, quem já passou pela experiência pode ajudar, então compartilha com a gente sua opinião. 

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