Ingressar na carreira de tecnologia é um grande passo, mas pode ser repleto de desafios. Para muitos, o cargo de desenvolvedor júnior é a primeira posição na área, onde as habilidades adquiridas durante estudos e treinamentos começam a ser colocadas em prática no mercado real.
Ser um desenvolvedor pouco tem a ver com quantos anos de experiência você tem e sim com a habilidade. No mercado de trabalho, não é difícil ver pessoas mais velhas ocupando cargos júnior e pessoas mais experientes e mais novas ocupando cargos sênior. Tudo depende da forma na qual você busca aprimorar os seus conhecimentos e evoluir na carreira.
O guia de hoje foi pensado para aqueles que estão começando a sua jornada, e o que significa ser um desenvolvedor júnior hoje em dia. Separamos dicas, características do cargo, os desafios enfrentados, as habilidades exigidas e estratégias para você ou a sua empresa maximizarem o sucesso. Continue lendo!
O que é um desenvolvedor júnior?
O desenvolvedor júnior é aquele que está nos estágios iniciais de sua carreira, geralmente com até dois anos de experiência prática. Ele já possui algum conhecimento técnico, mas ainda está construindo sua maturidade profissional e habilidades avançadas.
Entretanto, são profissionais ainda inexperientes (em relação a senioridade) e que acabaram de sair da faculdade. Suas habilidades mais fortes consistem em fazer os códigos funcionarem e as soft skills, se houverem. Em oposição aos programadores senior, o júnior está muito mais interessado em fazer o código funcionar ao invés de como aquele software vai se comportar em mãos humanas, diz Vitor Diogo Alves neste excelente artigo.
Mas é preciso utilizar do benefício da dúvida: às vezes, os desenvolvedores júnior estarão sim preparados para a terra sem lei que é a procura de emprego em um mercado de trabalho ultra competitivo ao desenvolver algumas habilidades como motivação em aprender, contribuição (mesmo que pequena) para os projetos da empresa e com a ajuda de seus supervisores desenvolvem expertise para lidar com os problemas e achar soluções por meio do exemplo de seus superiores.
Além disso, é preciso que o desenvolvedor júnior esteja preparado para colocar a teoria em prática e ter os conceitos da codificação na ponta da língua, além da requisitadíssima lógica de programação (que é basicamente o must das vagas de desenvolvedores), estrutura de controle, estrutura de dados e POO.
Abaixo, falamos mais sobre essas habilidades requeridas para este trabalho.
Habilidades técnicas e comportamentais essenciais de um desenvolvedor júnior
Para se destacar no mercado, um desenvolvedor júnior precisa de um equilíbrio entre competências técnicas e habilidades comportamentais. Criamos uma lista com as habilidades necessárias:
1. Linguagens de programação para começar:
- Python: Muito utilizado em automação e análise de dados. Sua sintaxe simples e poderosa faz dela uma excelente linguagem para iniciantes.
- JavaScript: Essencial no desenvolvimento web, especialmente no lado do front-end. Com o crescimento de frameworks como React e Angular, JavaScript continua sendo uma das habilidades mais demandadas.
- Java ou C#: Muito comuns em grandes empresas e em ambientes corporativos, sendo altamente utilizados em sistemas de missão crítica e aplicativos empresariais.
- Fundamentos de Bancos de Dados: Ter noções de SQL e compreender como criar e manipular bancos de dados é uma habilidade essencial. O desenvolvedor júnior deve ser capaz de realizar operações básicas, como inserir, atualizar e consultar dados de maneira eficiente.
- Versionamento de Código: (Git) O uso de sistemas de controle de versão, como o Git, é fundamental. Ele permite que os desenvolvedores colaborem em projetos, gerenciem versões de código e façam correções sem causar danos a versões anteriores do projeto.
- Frameworks e Bibliotecas: Familiaridade com frameworks e bibliotecas é um diferencial importante para o desenvolvedor júnior. Frameworks como React para o desenvolvimento front-end e Node.js para back-end são amplamente utilizados no mercado.
2. Soft Skills (Habilidades Comportamentais)
Empresas não contratam apenas habilidades técnicas. Soft skills são cruciais, especialmente para juniores, portanto tenha em vista que é preciso ter:
- Senso de trabalho em equipe: para colaborar eficazmente com outros membros da equipe, se mostrar interessado em aprender e absorver todo o conhecimento do pessoal mais experiente da equipe.
- Comunicação: explicar ideias e entender feedback técnicos, assim como trabalhar de acordo com o que está sendo comunicado entre todos. Aqui a escuta é essencial para uma compreensão completa. Não tenha medo de fazer perguntas!
- Resiliência: Aprender com erros e se adaptar a novos desafios. Não fique frustrado pela falta de experiência ou conhecimento em determinadas áreas, pois há coisas que somente a prática e o dia a dia no trabalho podem ensinar. Tenha paciência com o seu processo e confie.
- Desenvolvimento de novas habilidades: O desenvolvimento de habilidades é também uma habilidade comportamental muito importante para este momento da sua carreira. Todos têm de começar por algum lugar, então mesmo que você seja um pouco mais avançado e entenda bastante de desenvolvimento, abra espaço para aprender a mesma coisa de formas diferentes, pois isso contribuirá para o seu crescimento dentro e fora da empresa.
Estes são só alguns exemplos dos tipos de habilidades que você pode desenvolver como júnior. Com o passar do tempo, verá que elas serão de natureza automática na sua forma de trabalhar e implementar inovações. Paciência é a palavra e atitude chave para este processo.
Desenvolvedor júnior e o mercado de trabalho: desafios e oportunidades na área
Assim que o mercado evolui, a demanda por desenvolvedores júnior também vai ficando alta. Entretanto, isso não exclui as empresas e nem os profissionais de alguns obstáculos, como por exemplo:
Para os profissionais:
Conseguir a tão importante primeira oportunidade
A demanda alta não significa que automaticamente as empresas contratarão qualquer profissional. Este é um mercado muito competitivo e a falta de experiência prática pode ser um problema, se não o maior impedimento. Aqui a dica é participar dos famosos hackatons, projetos open source e estágios onde o candidato pode aprender um pouco mais sobre a prática e o dia a dia de um desenvolvedor júnior.
É importante destacar que essas experiências extras não são apenas uma forma de enriquecer o currículo. Elas também proporcionam aprendizado contínuo, ampliando o repertório técnico do desenvolvedor júnior. Quanto mais o profissional se expõe a diferentes tecnologias, ferramentas e metodologias, mais fácil se torna adquirir habilidades que são procuradas pelas empresas.
Gerenciar a curva de aprendizado
A partir do momento que um desenvolvedor começa a trabalhar em projetos reais, ele precisa equilibrar o aprendizado contínuo com a execução de tarefas com prazos definidos, pois evolução constante das tecnologias exige dos desenvolvedores aprendizado constante.
Esse é um dos maiores desafios enfrentados pelos profissionais em início de carreira, especialmente porque muitos desses profissionais não têm a experiência de gerenciar prazos e expectativas dentro de um contexto corporativo.
Além disso, no trabalho a pressão para entregar resultados de alta qualidade pode ser bem grande. Se o desenvolvedor júnior não tiver criado uma estrutura bem organizada de aprendizado e prática, ele pode se confundir no meio do caminho e deixar a desejar nas demandas. Equilíbrio é tudo, aplique um organizador e agenda no dia a dia para facilitar estar entre projetos e estudos.
Competição com outros talentos
O mercado está saturado de novos talentos e para isso, muitos candidatos a desenvolvedor júnior estão apostando em estratégias para deixar o portfólio mais robusto com exemplos de projetos desenvolvidos de forma independente ou colaborativa. Resultado? As empresas AMAM isso, pois chama atenção.
Mas ainda assim, vamos combinar que é meio óbvio investir em portfólio robusto. As empresas também estão buscando candidatos que tenham excelentes habilidades comportamentais, como capacidade de trabalho em equipe, de se adaptar a mudanças e se comunicar de forma eficaz.
Desenvolver soft skills, portanto, também se torna um critério importante para se destacar no processo seletivo. Participar de eventos e cursos, além de estar sempre atualizado sobre as tendências do mercado, pode ser um diferencial significativo para o desenvolvedor júnior.
Para as empresas:
Capacitação interna: Investir em treinamentos é fundamental para desenvolver o potencial do júnior
Muitas vezes, o grande desafio está em capacitar o desenvolvedor júnior para que possam se integrar rapidamente à equipe e começar a entregar resultados.
Investir em treinamentos internos não é apenas benéfico para o desenvolvimento dos talentos, mas também para a própria saúde organizacional. O desenvolvedor júnior, muitas vezes, ainda está se ajustando à dinâmica corporativa e, por isso, precisa de suporte constante. As empresas que oferecem programas de integração e capacitação, que envolvem treinamentos sobre as tecnologias utilizadas no dia a dia, além de processos internos, conseguem acelerar a adaptação do profissional e melhorar a sua performance.
Além disso, muitas dessas empresas possuem um desenvolvedor sênior que pode atuar como um mentor para o júnior e o auxiliar no trabalho quando necessário. Vale a pena investir nisso!
Rotatividade: onboarding ruins e ausência de plano de carreira
A rotatividade alta de desenvolvedores é algo a se preocupar. E spoiler: ela acontece mais do que gostaríamos. Parte dessa responsabilidade é da empresa e um onboarding ruim, em que o novo colaborador não é bem introduzido ao time e às ferramentas, pode resultar em desmotivação, assim como devido à falta de experiência, os profissionais iniciantes podem não ter uma visão clara sobre o que esperar de suas carreiras e, por isso, ficam insatisfeitos com a falta de perspectivas.
A solução? O desenvolvedor júnior precisa perceber que há espaço para crescimento, seja no desenvolvimento técnico ou no aumento de responsabilidades. E é trabalho da empresa receber o profissional, cuidar do seu crescimento e expandir as oportunidades dentro da organização para que esses devs se sintam amparados.
Alinhamento das expectativas
Um outro ponto importante para as empresas é saber alinhar as expectativas dos devs júnior, Muitos entram com uma visão idealizada do que é o trabalho de um desenvolvedor, enquanto as empresas, por sua vez, têm demandas específicas.
É crucial que as empresas deixem claro desde o início as responsabilidades esperadas para o profissional, para que ele tenha uma ideia realista do seu papel. Isso envolve desde a definição de tarefas diárias até o entendimento das metas de longo prazo que precisam ser alcançadas.
Quando o dev junior tem um alto potencial, mas carece de experiência, é também trabalho da empresa investir nesse potencial, através de treinamento contínuo e feedbacks regulares, a fim de moldar o talento e ajudá-lo a alcançar um desempenho elevado. Esse equilíbrio entre visão a longo prazo e o que pode ser feito agora é bastante importante para as instituições.
Mas como e por onde começar a contratação inteligente desses devs?
Estratégias para empresas contratarem e reterem desenvolvedores júnior
Aqui a contratação é só o início. Ser capaz de contratar e também reter o talento por um bom tempo denuncia em qual grau as empresas que priorizam essas atitudes estão. A ideia é: quanto mais eficiente e atento a detalhes, melhor. Veja algumas dicas que separamos:
Onboarding eficiente: Invista em um onboarding de referência! Um processo de integração bem estruturado pode reduzir o tempo necessário para o novo contratado começar a contribuir efetivamente.
Ofereça feedbacks constantes: A prática de dar retornos regulares sobre o desempenho ajuda os juniores a corrigirem rotas e aumenta o engajamento.
Crie benefícios atrativos: Além de um salário competitivo, oferecer cursos e certificações pagas, uma escala de horários flexíveis e possibilidade de trabalho híbrido ou remoto (em que muitos devs estão) são excelentes opções para aumentar a retenção e garantir que o funcionário cresça com a empresa.
Crie também uma cultura de colaboração e inclusão: A criação de uma cultura organizacional que valorize a colaboração ajuda a manter o desenvolvedor júnior motivado e integrado ao time. Programas de mentoria dentro da empresa é uma ótima opção para o funcionário se sentir parte da cultura da empresa.
Dicas práticas para desenvolvedores júnior crescerem na carreira
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Construa um portfólio relevante:
Ter um portfólio bem estruturado e atualizado é uma das maneiras mais eficazes de se destacar entre outros desenvolvedores júnior. Incluso nele devem estar seus projetos pessoais: isso mostra iniciativa, sua capacidade de resolver problemas e sua criatividade.
Além disso, contribua para projetos open source, onde além de aprender com o código de outros profissionais, você pode demonstrar sua habilidade em trabalhar em projetos colaborativos. Sites como GitHub, GitLab e Bitbucket são plataformas ideais para encontrar projetos open source que você pode contribuir.
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Faça networking ativo:
O networking não é apenas uma ferramenta para quem busca novos empregos, mas também para quem deseja aprender, trocar experiências e expandir seu alcance na comunidade de desenvolvedores. Participar de eventos, se envolver em comunidades de tecnologia e construir relações dentro do ecossistema de desenvolvimento pode ser uma vantagem significativa, tanto em termos de oportunidades de carreira quanto de aprendizado.
Algumas dicas para fazer networking: participe de hackatons, frequente meetups e conferência, mostre proatividade nas redes sociais e participe de grupos e fóruns de discussão. Isso tudo ajuda a criar um networking inicial e poderoso.
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Invista no aprendizado contínuo
Novas ferramentas, tecnologias e práticas surgem constantemente, tornando essencial que os desenvolvedores, especialmente os iniciantes, invistam em seu aprendizado contínuo. Isso não só aumenta a competitividade no mercado de trabalho, mas também abre portas para novos projetos e oportunidades dentro da empresa.
Algumas estratégias incluem: certificações técnicas como por exemplo as oferecidas pelo AWS (Amazon Web Services) ou Google Cloud que são altamente valorizadas, pois refletem conhecimento em computação em nuvem, que é uma habilidade essencial no mercado de trabalho moderno. Outras opções incluem certificações em Docker, Kubernetes e Azure, que são tecnologias de conteinerização e infraestrutura em nuvem.
Há também os cursos online e bootcamps onde as plataformas como Udemy, Coursera, Pluralsight, e freeCodeCamp oferecem uma vasta gama de cursos sobre diversas tecnologias e ferramentas. Vale a pena conferir!
Invista também no aprendizado de ferramentas e frameworks emergentes como GraphQL, Flutter, Svelte, ou Go. As empresas buscam desenvolvedores que não apenas dominem as tecnologias tradicionais, mas também estejam por dentro das novas tendências.
Por fim, sempre que puder, leia artigos e livros sobre o assunto. Livros de referência e artigos técnicos mantêm você atualizado sobre as melhores práticas, arquiteturas e padrões de desenvolvimento, enquanto que ler blogs de desenvolvedores renomados e acompanhar sites especializados, como Medium, Dev.to, Hacker News e nós aqui da GeekHunter, pode proporcionar insights valiosos sobre as tendências atuais da indústria.
Conclusão: invista em você!
O cargo de desenvolvedor júnior é uma porta de entrada estratégica no setor de tecnologia. Para os profissionais, representa a chance de adquirir experiência e crescer rapidamente na carreira. Para as empresas, é uma oportunidade de cultivar talentos e formar equipes altamente capacitadas.
Com a combinação certa de aprendizado, dedicação e suporte organizacional, tanto empresas quanto desenvolvedores podem aproveitar ao máximo esse primeiro degrau na jornada tecnológica. Portanto, invista em você! Segura na mão da Geek e dê o primeiro passo para um futuro profissional brilhante! Até a próxima!