Ninguém duvida que o JavaScript é a principal linguagem de programação do mundo. Por todos os lados da web que você observar existe algum site ou aplicação utilizando frameworks JavaScripts e bibliotecas da linguagem.
E para você não se perder no meio de tantas possibilidades e ir direto ao que interessa, listamos neste artigo as principais bibliotecas e frameworks JavaScript que você deveria conhecer.
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O que são Bibliotecas JavaScript?
A grosso modo, uma biblioteca JavaScript é um “pedaço de código” reutilizável que pode servir de base para a implementação de outros códigos.
A ideia de utilização de uma Biblioteca é a de reutilizar códigos existentes para não perder tempo escrevendo códigos que outro programador já escreveu.
Em outras palavras, é um arquivo de JavaScript que contém um monte de funções, e essas funções realizam alguma tarefa útil para sua aplicação web.
O que são Frameworks JavaScript?
Um framework JavaScript é uma abstração que combina códigos comuns para serem reutilizados. Ele tem como principal objetivo resolver problemas recorrentes com uma abordagem genérica.
Assim, o desenvolvedor pode se concentrar em resolver seus problemas ao invés de ficar reescrevendo linhas de código.
Antes de apresentarmos nossa lista recheada de boas opções, vale você saber que, hoje, sem entrar em critérios tão técnicos, os frameworks mais difundidos no mercado são React, Angular e Vue.js.
Isso não muda em nada a utilidade que outros frameworks possam trazer, ok? Só que os citados acima são as opções com mais adeptos ao longo do mundo.
Mas o que difere um framework de uma biblioteca?
Digamos que um framework pode ser um conjunto de bibliotecas ou componentes que são usados para criar uma base para uma aplicação web, no caso do JavaScript.
Agora que ficou clara a diferença entre frameworks JavaScript e bibliotecas JavaScript, vamos elencar as principais que você deve conhecer:
Principais bibliotecas JavaScript que você precisa conhecer
jQuery
jQuery é, de longe, a principal biblioteca de JavaScript que existe atualmente.
Foi lançado em 2006 por John Resig e tem sido usado em sites em todo o mundo.
Só para você ter uma noção ainda melhor quanto ao seu uso, segundo algumas estimativas, mais de 50% de todos os sites ativos usam jQuery.
É verdade que o jQuery tem perdido certo espaço devido às grandes bibliotecas e frameworks que têm aparecido.
Alguns sites até apontam que seu fim está próximo, mas devido à sua altíssima demanda, ainda é uma excelente opção de aprendizado, principalmente para quem está começando na carreira.
Vantagens do jQuery:
- Ele “entende” que nem todos os navegadores podem possuir os mesmos recursos ou que podem ter recursos iguais, mas com nomes diferentes permitindo uma boa compatibilidade entre os browsers;
- Utiliza seletores CSS para localizar elementos da estrutura de marcação HTML da página;
- Possui arquitetura compatível com instalação de plug-ins e demais extensões;
- Vasta quantidade de plug-ins disponíveis no seu repositório;
- Não há a necessidade de construção de loops para localização de elementos;
- Permite programação encadeada;
- Possibilita criar e inserir novas funcionalidades;
- Excelente documentação;
- Ocupa pouco espaço em disco.
Desvantagens do jQuery:
- As aplicações precisam de um servidor para criar e gerenciar sessões;
- É necessário outro aplicativo para fornecer os dados, escritos em outra linguagem;
- Aplicações mais complexas podem se tornar mais lentas dependendo da máquina utilizada;
- O código-fonte não é tão protegido com jQuery;
- Podem ocorrer conflitos entre scripts dificultando a depuração em alguns casos.
D3.JS
D3.js é uma biblioteca JavaScript ideal para trabalhar com dados.
Desenvolvida em 2011 por Mike Bostock, Jeff Heer e Vadim Ogievetsky, esta biblioteca é uma ótima ferramenta para visualizações personalizadas.
Serve tanto para um simples gráfico em formato de barras ou algo tão complexo quanto uma interface em três dimensões.
A biblioteca possui uma API poderosa que usa seletores, muito parecidos com os que você tem disponíveis para o jQuery.
Vantagens do D3.js:
- Rico conjunto de ferramentas para visualização de dados;
- Comunidade grande e ativa de desenvolvedores;
- Controle total sobre o que você quer criar, moldar ou construir;
- Versatilidade de aplicações;
- Enorme biblioteca de projetos existentes.
Desvantagens do D3.js:
- Nem sempre tenta oferecer suporte a navegadores mais antigos;
- Apresenta algumas limitações de código-fonte;
- A privacidade pode ser um problema caso você queira usar dados que não deseja compartilhar;
- D3.js não gera visualizações gráficas predeterminadas.
React
O React foi desenvolvido em 2013 enquanto Jordan Walke trabalhava no Facebook.
De lá para cá, a biblioteca se transformou numa das principais do mundo quando o assunto é front-end.
Sendo uma biblioteca de código aberto apoiada pelo Facebook, o React é usado para ajudar a criar aplicativos da web em pequena ou larga escala, principalmente em interfaces interativas.
Ele usa componentes, que ajudam a encapsular código e estado. O uso de componentes facilita a construção de interfaces de usuário mais complexas.
O React ainda usa JSX, que é uma sintaxe semelhante ao XML que combina JavaScript e HTML.
O pessoal mais iniciante pode achar o JSX um pouco confuso no começo, mas depois de trabalhar com ele por um tempo, fica claro como é benéfico. Por exemplo, o JSX facilita o agrupamento de expressões JavaScript diretamente dentro do seu HTML.
Vantagens do React:
- Relativamente fácil de aprender e utilizar;
- Facilidade para criar aplicações web dinâmicas;
- Componentes reutilizáveis;
- Melhorias na performance por conta do virtual DOM;
- Comunidade ativa e gigantesca;
- Atualizações constantes.
Desvantagens do React:
- O alto ritmo de desenvolvimento do framework pode ser também uma desvantagem;
- Abrange apenas as camadas da interface do usuário do aplicativo e nada além disso, ou seja, pode exigir outra tecnologia como complemento para a parte da visualização;
- Documentação pobre.
>> Componentes React: componentes de classe e funcional sem estado
Glimmer.JS
Lançado em 2017 e desenvolvido pela turma do Ember.js, o Glimmer.js é uma biblioteca JavaScript com componentes de UI e foco em rapidez e leveza para a web.
Foi numa palestra na EmberConf 2017 que Tom Dale ouviu algumas das críticas ao Ember.js e usou isso para ajudar a construir o Glimmer.js.
O objetivo foi desenvolver algo menor e mais leve que o Ember.js, mas ainda usando a CLI do Ember.
A biblioteca pode ser usada com o Ember.js como um componente, pode ser utilizada de forma independente ou ainda pode ser adicionada como um componente da web a outro aplicativo.
Vantagens do Glimmer.js:
- Rapidez;
- Diferenciação entre elementos estáticos e dinâmicos;
- 100% compatível com a API da Ember;
- Representação leve na memória do DOM.
Desvantagens do Glimmer.js:
- Destinado a ser usado prioritariamente no Ember;
- Apenas um front-end disponível.
Babel
Babel é uma das ferramentas JavaScript mais populares disponíveis, usada para converter o código ECMAScript 2015+ em uma versão compatível com versões anteriores do JavaScript.
Ou seja, em sua essência, Babel é um compilador. Ele pega o código escrito em um padrão JavaScript e o converte em um padrão diferente.
Além disso, o Babel também pode ajudar a converter o antigo código JavaScript em novas versões.
O Babel conta com arquivos de configuração detalhados para obter a compilação, portanto pode apresentar uma curva de aprendizado um pouco íngrime para desenvolvedores iniciantes.
Vantagens do Babel:
- Ajuda você a escrever códigos JS nas versões mais antigas de forma mais facilitada;
- Fornece compatibilidade com todos os recursos recém-adicionados ao JavaScript e pode ser usado em qualquer navegador;
- O BabelJS pode transpilar para obter a próxima versão do JavaScript – ES6, ES7, ESNext etc;
- Pode ser usado junto com Gulp, Webpack, Flow, React, TypeScript etc. tornando-o muito poderoso e pode ser usado em grandes projetos;
- Também funciona junto com a sintaxe React JSX;
- Tem suporte para plugins, polyfills e babel-cli, facilitando o trabalho com grandes projetos.
- É fácil de “debugar”;
- A biblioteca tenta usar a menor quantidade de código possível, sem dependência de um tempo de execução volumoso.
Desvantagens do Babel:
- O código BabelJS altera a sintaxe durante a transpilação, o que dificulta a compreensão do código quando liberado;
- Nem todos os recursos do ES6/7/8 ou alguns futuros recursos podem ser transpilados e ainda pode ser preciso usar o Polyfill para que funcione em navegadores mais antigos;
- O código transpilado aumenta de tamanho em relação ao original.
Principais frameworks JavaScript que você precisa conhecer
Bootstrap
O Bootstrap é um dos principais frameworks JavaScript web e open-source do mercado e é capaz de oferecer padrões para o desenvolvimento HTML, CSS e JavaScript.
Foi desenvolvido em 2010 e lançado oficialmente em 2011 pelos profissionais do Twitter, Mark Otto e Jacob Thornton.
A grande vantagem do Bootstrap é ser um facilitador na questão do layout. Ou seja, com ele é possível criar designs responsivos com uma aparência razoável sem precisar ser um expert em design ou front-end em geral.
Vantagens do Bootstrap:
- Comunidade gigantesca e ativa;
- Boa documentação;
- Uma estrutura consistente que suporta grande parte dos navegadores;
- Grande variedade de ícones em seu conjunto;
- Estruturas e estilos responsivos;
- Leve e customizável;
- Facilidade de uso;
- Foco na experiência do usuário;
- Sistema baseado em grids;
- Capacidade de utilizar classes para esconder ou mostrar elementos de forma simples.
Desvantagens do Bootstrap:
- Todos os sites com o framework terão uma aparência similar se você não fizer uma personalização adequada;
- HTML não é nativamente compatível;
- Os estilos usados podem gerar muitos resultados desnecessários em HTML;
- O JavaScript está vinculado ao jQuery e é uma das bibliotecas mais comuns, o que deixa a maioria dos plugins sem uso.
AngularJS
Mantido pela Google e apoiado por uma enorme comunidade de desenvolvedores em todo o mundo, o AngularJS é um dos frameworks JavaScript mais importantes quando falamos de desenvolvimento web.
Trata-se de um framework front-end opensource, baseado em JavaScript, para o desenvolvimento dinâmico de aplicações web.
Ele utiliza HTML como uma linguagem de modelo. Ao estender atributos HTML com diretivas e vincular dados ao HTML com expressões, o AngularJS cria um ambiente legível, prático e rápido de desenvolvimento.
Vantagens do AngularJS:
- O AngularJS facilita a ligação de dados de forma bidirecional (data binding), o que não exige que um desenvolvedor intervenha;
- Manipulação do DOM;
- Por suportar o cache e muitos outros processos, o Angular reduz a carga das CPUs do servidor;
- Prototipagem mais rápida de aplicativos;
- Altamente testável;
- A arquitetura MVVM que favorece o desempenho da aplicação.
Desvantagens do Angular JS:
- Dependência do JavaScript;
- Documentação limitada;
- Se você estiver usando computadores antigos, a renderização de sites poderá demorar mais que o ideal ou apresentar falhas, isso acontece devido ao navegador não executar tarefas como manipulação do DOM;
- Dependendo da qualidade dos códigos, aplicações dinâmicas mais complexas tendem a apresentar alguns atrasos e mostrar falhas durante a execução.
Angular (2-9)
o Angular (sem JS no nome) é um framework multiplataforma também mantido e desenvolvido pela Google.
Ele é uma reescritura completa do antigo AngularJS, citado anteriormente, e foi escrito usando TypeScript.
O estilo da arquitetura mudou para ser baseado em componentes e, devido ao TypeScript, o Angular 2 recebeu um novo compilador incorporado.
Outras melhorias, como a redução de tamanho e as alterações de sintaxe, impossibilitaram simplesmente atualizar o AngularJS para a nova versão.
Este é o motivo dele ter sido desenvolvido separadamente do AngularJS, ele não deve ser visto como uma atualização, mas como outro framework.
O número após o nome Angular diz respeito à versão. A primeira lançada de número 2 e seguiu com novas versões, atualmente estamos na versão de número 9 lançada em fevereiro de 2020.
Vantagens do Angular:
- Arquitetura baseada em componentes do Angular é capaz de fornecer códigos com mais qualidade;
- Os componentes podem ser reutilizados em diferentes partes da aplicação;
- Legibilidade do código;
- A natureza independente dos componentes simplifica os testes unitários tornando-os mais amigáveis;
- Os componentes que são facilmente dissociados um do outro podem ser facilmente substituídos por melhores implementações.
- TypeScript fornece melhores ferramentas, código mais limpo e mais escalabilidade em relação ao AngularJS;
- Atualizações contínuas usando a CLI do Angular;
- Suporte a longo prazo da Google.
Desvantagens do Angular:
- A migração de sistemas legados do AngularJS para o Angular requer tempo;
- Comunidade fragmentada em razão das muitas versões do framework;
- Complexidade do framework e excesso de updates aumenta a curva de aprendizado.
Ember.js
Lançado em 2011 por Yehuda Katz, o Ember.js é um framework opensource que combina muito dos melhores recursos de seus concorrentes, como o Angular, por exemplo, tornando-o uma ferramenta perfeita para criar aplicações complexas.
O objetivo dele é aumentar a produtividade de desenvolvimento de aplicações web, com a mentalidade de que é melhor perder um pouco de tempo no desenvolvimento a fim de facilitar a manutenção.
E caso você tenha usado a CLI do Angular, saiba que ela foi feita com base na CLI do Ember – que por sua vez foi inspirada na CLI do Rails, uma poderosa ferramenta que facilita a criação de componentes Ember.
Talvez o aspecto mais relevante do Ember seja o esquema de “baterias incluídas”.
Como assim? De acordo com os desenvolvedores do framework, este conceito de baterias é aplicado à experiência pronta para uso do Ember.js.
Ele já consta com tudo o que você precisa para começar a desenvolver sua aplicação e mantê-la continuamente com a mesma “energia”.
Vantagens do Ember.js:
- Biblioteca de dados poderosa;
- Ember CLI;
- Muitas extensões disponíveis (addons) que podem ser adicionados à sua alpicação com uma simples linha de comando;
- Ferramentas de teste integradas;
- Comunidade ativa e bom suporte;
- Foco em produtividade.
Desvantagens do Ember.js:
- As últimas versões do Ember foram, na sua maioria, versões menores, que nada trouxeram de novidade;
- Sem renderização do lado do servidor;
- Muitos addons foram portados de bibliotecas jQuery existentes e apenas alguns são realmente escritos do zero;
- É melhor você aprender JavaScript primeiro e só depois começar a aprender o Ember, o que pode levar um bom tempo.
Vue.js
Vue JS é um framework JavaScript opensource, lançado em Fevereiro de 2014 por Evan You, Desenvolvedor que atuava em um dos projetos do Google Creative Labs, em 2014.
Um dos trunfos do Vue é a sua progressividade, ou seja, você pode adicionar progressivamente o Vue.JS à sua aplicação.
Ao contrário do AngularJS e do Ember, você pode facilmente misturar e combinar o Vue entre diferentes projetos.
Vue JS é muito utilizado para criar aplicações single page (página única) e também para desenvolver vários tipos de interfaces, que possuem necessidades de uma maior interação e uma melhor experiência para o usuário.
Apostando em uma arquitetura enxuta, este framework JavaScript requer uma configuração mínima na criação de um projeto e pode ser facilmente integrado com uma aplicação já existente através de uma simples tag script.
Vantagens do Vue.js:
- Renderização e desempenho do DOM virtual;
- Leve e rápido;
- Ligação de dados bidirecional reativa;
- Componentes de arquivo único e legibilidade;
- Recursos e flexibilidade de integração porque depende apenas do JavaScript e não requer outras ferramentas para funcionar;
- Ecossistema sólido de ferramentas;
- Documentação concisa;
- Comunidade bastante ativa.
Desvantagens do Vue.js:
- Muitas das discussões relevantes sobre este framework JavaScript são em Mandarim em razão da popularidade do framework na China, o que pode dificultar um pouco do acesso às informações mais quentes sobre Vue para quem não domina o idioma;
- Falta de suporte para projetos de larga escala;
- Embora o ecossistema seja bastante amplo e existam todas as ferramentas necessárias para começar a desenvolver com o Vue, ele ainda não é tão imponente quanto o do React ou o do Angular.
Bônus 1: Ionic ou React Native: compare os frameworks
Bônus 2: Introdução ao Flutter, o UI toolkit do Google
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