A primeira pessoa programadora de computadores da história do mundo foi uma mulher. Augusta Ada Byron King, conhecida como “Ada Lovelace”, devido a seu título de Condessa de Lovelace.
Entender a história por trás das tecnologias que usamos hoje é muito importante para construção do imaginário e dos raciocínios por trás dos códigos.
Mais do que saber o que fazer, é entender porque algo é daquela maneira e lidar com as dificuldades de acordo com seu devido peso.
Quem foi Ada Lovelace
No século XIX, em 1842, Ada Lovelace desenhou o primeiro algoritmo usado por uma máquina analítica, uma calculadora. O feito possibilitou que, hoje, diversas tarefas sejam realizadas em um computador ao mesmo tempo.
Ada foi filha da matemática e Baronesa de Wentworth, Anne Isabella Byron, e do poeta britânico Lord Byron. Ela nasceu em Londres, no Reino Unido, em 1815 e, após o seu nascimento, seu pai rompeu o relacionamento com a sua mãe e se mudou para a Grécia.
Lord Byron morreu quando Ada tinha oito anos e nunca reconheceu a relevância da filha para a história da ciência e da tecnologia.
Desde criança, sua mãe promoveu o seu interesse pela matemática lógica e pela música. Ada morre em 1852, aos 36 anos de idade, de um câncer no útero, deixando três filhos.
Ada Lovelace e a matemática
Como destacado em informações reunidas pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), aos 17 anos, Ada Lovelace conhece a matemática e cientista inglesa Mary Sommerville.
Ela era tradutora e colaboradora dos trabalhos do matemático e físico francês Pierre-Simon Laplace e foi a primeira mulher a entrar para a Sociedade Real de Astronomia, junto a Caroline Hershel.
Mary inspirou Ada Lovelace em seus estudos sobre matemática e tecnologia e a apresentou a inventores e cientistas da época.
Quando tinha 19 anos, Ada Lovelace participou de um jantar na casa de Mary e conheceu Charles Babbage, que trabalhava numa calculadora, mais tarde conhecida como máquina analítica.
Durante o jantar, Babbage comentou sobre o seu projeto e esclareceu como aquela máquina era capaz de realizar cálculos de polinômios mecanicamente.
Ada Lovelace se interessou, mas não pôde ajudá-lo naquele momento.
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O tear de Jacquard e o artigo de Menabrea
Durante uma visita ao parque industrial britânico, Ada Lovelace conheceu também o tear mecânico de Jacquard. A máquina utilizava cartões perfurados para controlar a criação de padrões nos tecidos.
Assim, corpos compostos faziam parte do repertório de Ada Lovelace, junto às formas geométricas interligadas à mecânica e aos padrões que ela viria desenvolver mais tarde.
Como ressaltado no Projeto Enigma, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1843, casada com o conde de Lovelace e mãe de três filhos aos 28 anos, ela traduziu um artigo do pesquisador italiano Menabrea.
O material era um resumo do funcionamento da máquina analítica de Babbage.
Ada Lovelace mostra o trabalho de tradução ao idealizador Babbage, que sugere que ela contribua com notas pessoais no estudo.
Com um artigo três vezes maior que o original, ela sugere que a máquina pode também ser usada para produzir músicas, gráficos e ser utilizada para desenvolvimento científico e prático.
Ada Lovelace: Mãe da programação
Dentre as significativas contribuições, Ada traçou uma estratégia de como a máquina poderia ser usada para cálculos dos números de Bernoulli, sequência de números matemáticos racionais ligada à teoria dos números.
De acordo com material publicado na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, esse método é considerado o primeiro programa de computador do mundo.
O Departamento de Defesa dos EUA desenvolveu uma linguagem de programação em 1979 e a batizou com o nome de “Ada”, como uma homenagem à Ada Lovelace.
Apesar de ter vivido poucos anos, Ada Lovelace é considerada a mãe da programação e responsável por parte relevante do progresso científico e tecnológico conhecido como a computação moderna.